28 de setembro de 2010

Lágrimas que não são infelizes

Perdeste teu poeta no passado,
Momento esvaecido numa brisa.
Seu rosto tua mão já não alisa,
Num verbo em particípio conjugado.

Se nunca é sina, sempre breve história,
Se na memória é mártir, porém vive,
É quando a hesitação em ti incide,
Que se faz mestre o tolo de outrora.

Será que tu percebes a ironia?
Se foste do poeta a escolhida,
Por que não abraçaste a alegria?

Mas não é nada disso o que lhe dizes.
As lágrimas que choram a partida
Não são, por derramadas, infelizes.

(07/03/2007)