22 de abril de 2010

Soneto urbano

Vivemos na cidade que acontece
Em rastros, faróis brancos e vermelhos
Velozes, motoboys levam espelhos
O que hoje choca, amanhã se esquece

Por entre nós, satélites se falam
A rua para alguns também é casa
Sob finos paletós, peles em brasa
No muro o grito surdo dos que calam

É pau, é pedra, é pó, é cola, é crack
É tudo um grande show, aplaude a claque
O sangue lava a chuva da calçada

Crianças, travestis e prostitutas
A mesma fome e dor, as mesmas lutas
Milhões de estranhos sob o mesmo nada

(24/01/2010)

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