Andava em desespero pela Av. Doutor Arnaldo. Quase corria. Fugia, mas não sabia de quem ou para onde. Era noite. Entrou na Cardeal Arcoverde e se enfiou num boteco. Pediu para usar o banheiro, mas de sua boca só saía uma espécie de murmúrio abafado. Foi ao espelho. Seu rosto era uma alva máscara com dois furos no lugar dos olhos.
Saiu para a rua e o meio-fio era corda-bamba. Não havia pavimento. Era dia. Caminhou pela frouxa linha do horizonte. Um revólver surgira entre sua mão e sua têmpora direita. O tambor não rufava, nem havia ali lugar para o vazio. Chorava. Lágrimas rubras lhe escorriam em volta da boca e na ponta do nariz.
Um homem apontou para ele: “O senhor, meu amigo, é um palhaço. Essa linha não vai nem chega. Um movimento em falso e o senhor cai. Um deslize e o senhor estoura seus miolos. Boa tarde.”
Era tarde.
Um comentário:
Não entendi. kkkkkkkkk, porra, complexo meu velho. Mas ainda assim, é um bom texto.
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