Com o desenvolvimento de tecnologias de comunicação, estamos conectados em rede praticamente todo o tempo. Podemos contatar e ser contatados facilmente em celulares, correios eletrônicos e redes sociais.
Entretanto, é nessa constante possibilidade de presença que a ausência se faz ainda mais esmagadora. A solidão virtual, ou a forma como experienciamos a solidão no século 21, já não impõe limites, já não se nos apresenta como o peso de uma ausência física, mas como a volatilidade de uma constante presença imaterial. Quantos de nós, sempre plugados, não sentem, por isso mesmo, a irrealidade e inconstância do mundo que nos cerca?
Dispomos atualmente de ferramentas para nos expressar, de forma mais livre, e o alcance de nossa expressão é muito amplo. Por outro lado, a hipertrofia da expressão também leva ao mínimo da comunicação entre pessoas. Escreve-se mais, lê-se menos. A informação é muita, e fragmentada. Vem em drops, pílulas, pseudossínteses que ocultam a real expressão das pessoas e das relações entre elas. Vemos vídeos de até dois minutos, lemos notícias de até cinco parágrafos e poemas de até quatorze versos, pois não temos muito tempo a perder.
E mesmo em tempos de excesso de informação e meios de comunicação imediata – que deveriam representar a hegemonia da palavra –, vivemos cada vez mais como sujeitos neuroquímicos. Basta notar o uso – por necessidades geralmente fabricadas – de remédios para dormir, ficar acordado, ter apetite, tirar o apetite, pensar mais, pensar menos, calmantes, estimulantes, paudurantes e tantos outros.
Queremos romper a barreira do humano?
Tirinha: André Dahmer (www.malvados.com.br)
3 comentários:
É possível que humanos rompam a barreira do que é humano? Se sim, como?
É por isso mesmo que se faz pergunta retórica.
Bazinga!
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